Maior barragem do mundo vai ser erguida na África superando Itaipu
A República Democrática do Congo (RDC) está prestes a iniciar um projeto que promete mudar o panorama energético da África. A construção da Grande Barragem Inga, nas Cataratas Inga, visa gerar até 40 gigawatts (GW) de energia, superando a capacidade da Usina Hidrelétrica de Itaipu, que possui 14 GW.
Localizada no Rio Congo, as Cataratas Inga são conhecidas por sua extensão e força, com uma queda de quase 100 metros ao longo de 15 quilômetros. Especialistas apontam que este local poderia gerar quase 50 vezes o consumo atual de energia da RDC.
A Grande Barragem Inga é estimada em 80 bilhões de dólares e, quando concluída, será a maior do mundo, ultrapassando a Barragem das Três Gargantas, na China, que atualmente detém o título com uma capacidade de 22,5 GW. O projeto também visa proporcionar energia para quase metade do continente africano, um feito inédito.
Embora a RDC seja a idealizadora, o financiamento e a execução deste projeto dependem de uma colaboração internacional. Países como a África do Sul e a Nigéria já manifestaram interesse em investir, em troca de energia. A construção da barragem representa um desafio financeiro considerável, excedendo as capacidades econômicas da RDC.
Além dos benefícios energéticos, o projeto enfrenta desafios significativos. A construção pode deslocar mais de 30 mil pessoas e impactar a biodiversidade local. Esses fatores exigem uma análise cuidadosa dos impactos sociais e ambientais.
As Cataratas Inga, com sua enorme capacidade hidrelétrica, têm sido foco de projetos desde os anos 1950, quando a Bélgica iniciou planos para represá-las. No entanto, após a independência da RDC, esses planos foram abandonados. Anos depois, as barragens Inga 1 e 2 foram construídas, com capacidade inicial de quase 2 GW, atualmente operando com apenas 30% desse potencial.