A maior mina de urânio do Brasil será instalada no Complexo de Santa Quitéria, situado entre os municípios de Santa Quitéria e Itatira, no Ceará. A construção do local de beneficiamento de urânio já recebeu sinal verde da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), aproximando o projeto de sua realização.
O Consórcio Santa Quitéria, formado pela empresa pública Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e pela Galvani Fertilizantes, será responsável pela exploração da mina. Com previsão de operação por 20 anos, o complexo deve produzir urânio e elementos fosfatados utilizados na fabricação de fertilizantes.
Apesar do progresso, o projeto ainda enfrenta desafios regulatórios. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentado ao Ibama em dezembro de 2022 não foi aprovado, e o consórcio aguarda a análise das informações adicionais solicitadas pelo órgão. A previsão é que a licença completa seja concedida até o fim de 2024, permitindo o início das obras.
O investimento inicial para a construção do complexo é estimado em R$ 2,3 bilhões. Durante a fase de construção, espera-se a geração de 2,8 mil empregos diretos e 5,6 mil empregos indiretos. Após o início das operações, o complexo deverá criar 538 empregos diretos e 2,3 mil empregos indiretos.
Se todas as licenças forem obtidas até o final de 2024, a previsão é que a unidade esteja pronta entre o final de 2027 e o início de 2028. A operação anual do complexo deve resultar na produção de 1,05 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados, 220 mil toneladas de fosfato bicálcico e 2,3 mil toneladas de concentrado de urânio.
Entretanto, o projeto é polêmico. Apesar do apoio do governo estadual, comunidades locais e pesquisadores expressam preocupações sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente decorrentes da exploração do urânio, um metal pesado e instável.
O sucesso do projeto promete impulsionar a economia local e estadual, mas ainda depende da superação dos desafios regulatórios e das questões de segurança ambiental.