Mesmo após os cortes na taxa Selic no início de 2024, o capital investido em renda fixa continuou a crescer significativamente no primeiro semestre, de acordo com dados da Anbima. O total investido pelos brasileiros aumentou 7,6%, impulsionado pelo crescimento de 9,6% no varejo. A renda fixa foi a grande protagonista, registrando uma elevação de 10,1%, enquanto o investimento em ações caiu 1,5%, refletindo a queda de quase 7% no Ibovespa.
Especialistas atribuem essa preferência pela renda fixa à combinação de taxas de juros elevadas e volatilidade nos mercados de ações.
O que dizem os especialistas?
Filipe Feitosa, planejador financeiro do C6 Bank, destaca que, com a taxa Selic mantida em 10,5% ao ano, a atratividade dos títulos de renda fixa permanece alta. Ele projeta que essa estabilidade deverá continuar até 2024, com possíveis cortes apenas em 2025.
Mayara Rodrigues, analista de renda fixa da XP, concorda que a taxa deve permanecer estável, mas não descarta a possibilidade de alta, considerando o aquecimento da economia e a inflação em tendência de alta.
Gustavo Faria, gestor de recursos do Grupo Fractal, vê na renda fixa uma escolha estratégica, especialmente em um cenário global de incertezas e volatilidade no mercado de ações. Ele recomenda títulos como o Tesouro IPCA+ e CDBs de instituições sólidas, destacando a segurança e os retornos atraentes desses produtos.
Em um momento de turbulência, a renda fixa continua sendo a opção preferida pelos investidores que buscam proteção e previsibilidade para seus investimentos, garantindo retornos competitivos sem expor o capital a grandes riscos.