A Coluna Financeira é um site dinâmico e sem enrolação, com foco em cartões de crédito, financiamentos, empréstimos e programas sociais.

O que aconteceu com o Banco Nacional?

O Banco Nacional, que já patrocinou a lenda da Fórmula 1, Ayrton Senna, enfrentou um escândalo de fraude com um jogo de Ponzi, levando-o à falência em 1995 com um prejuízo de 581% sobre o valor contábil. Curiosamento, o rombo financeiro só foi descoberto pelo Banco Central sete anos depois, e o governo acabou arcando a maior parte do prejuízo, ficando um saldo devedor de R$ 5,36 bilhões. O caso ficou conhecido como “Banco Nacional: jogo de Ponzi, PROER e FCVS”.

Recententemente, o caso voltou a tona quando um editor do The Intercept Brasil fazer uma provocação no Twitter: Ele perguntou “quem teria coragem de usar um boné com a marca dum banco que maquiou balanços, criou um esquema Ponzi e precisou ser salvo com bilhões em dinheiro público?”

Na época, a instituição escondeu a situação manipulando operações de crédito, ou seja, como se seus devedores estivessem pagando normalmente. Imagina que trágico que seria se todos descobrissem na época uma instituição falida associada a um grande ídolo brasileiro. Pois é, não combinaria.

A lenda, o piloto Ayrton Senna, que faleceu em 1994, durante um acidente na pista de Imola, na Itália, manteve a marca mesmos em receber.

Descoberta do esquema e a intervenção do Banco Central

O esquema foi descoberto após uma investigação do Banco Central, foi constatada a existência de 652 contas de crédito bancário, chamadas Natureza 917, na contabilidade do Banco Nacional.

Com relação às contas, o professor contou no artigo o depoimento do diretor do Banco Nacional e Vice-presidente da Controladoria Clarimundo José de Sant’Anna:

“O que esses créditos (Natureza 917) têm de excepcional é que, uma vez vencidos e não pagos, deixaram de ser registrados como perdas nas contas de resultado do banco, continuaram a integrar o ativo e essa carteira foi periodicamente acrescida do custo do dinheiro suportado pela instituição.” 

Contudo, o professor ponderou que isso não significa afirmar que os responsáveis pelo BC tenha se favorecido da fraude para “colocar o dinheiro no bolso”.

A questão, porém, é que essas contas 917 “representavam aproximadamente 75% das operações de crédito e tinham sido manipuladas de modo fictício durante um período de sete anos”. Como o prejuízo foi crescente, atingiu “em dezembro de 1995 um valor igual a 581% do valor contábil do seu patrimônio líquido”, conforme consta no artigo.

Na prática, o BC decretar o Regime de Administração Especial Temporária (RAET) do Banco Nacional, um conselho diretor assumiu a gestão do banco, enquanto os dirigentes anteriores foram removidos. Nesse processo, o BC separou o “banco bom” do “banco ruim”.

Na época, o “banco bom” foi adquirido por outra instituição, que assumiu os ativos e clientes, enquanto o “banco ruim” ficou sob responsabilidade do governo.

Conforme o professor, O passivo descoberto na época da decretação do RAET ultrapassou o valor contábil, chegando a R$ 6,73 bilhões, apesar de o saldo devedor ter sido de R$ 5,36 bilhões.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.