O que é Burnout e por que afeta tantos brasileiros?
O Brasil enfrenta um crescimento alarmante de casos de burnout, uma síndrome ocupacional caracterizada por exaustão extrema, negatividade em relação ao trabalho e queda no desempenho. Em 2023, foram registrados 421 afastamentos por burnout, o maior número em uma década, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Juliana Ramos de Castro, de 41 anos, exemplifica a realidade de muitos brasileiros. Exposta a jornadas de trabalho extenuantes e uma carga excessiva de responsabilidades, Juliana desenvolveu a síndrome, inicialmente confundida com ansiedade. O agravamento dos sintomas durante um cargo gerencial levou-a a buscar ajuda médica e, posteriormente, a mudar de área.
O aumento dos casos de burnout no país pode ser atribuído a vários fatores. O reconhecimento da síndrome pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a maior conscientização sobre transtornos mentais no trabalho contribuem para a identificação mais frequente do problema. Além disso, a pressão crescente sobre os trabalhadores e a dificuldade em diferenciar burnout de outros transtornos mentais complicam o diagnóstico.
A pandemia exacerbou a crise, com a judicialização relacionada ao burnout aumentando em 72% e a demanda por demissões voluntárias subindo significativamente. Especialistas alertam para a necessidade de mudanças na cultura organizacional e práticas de trabalho para prevenir a síndrome. Empresas podem até ser responsabilizadas judicialmente se for comprovado que contribuíram para o burnout de seus funcionários.
O tratamento de burnout envolve psicoterapia, medicamentos e ajustes no estilo de vida. É essencial para os trabalhadores que enfrentam essa condição buscar ajuda especializada e implementar mudanças que promovam o bem-estar.
O aumento dos casos de burnout reflete uma crise maior na saúde mental relacionada ao trabalho, exigindo atenção urgente das empresas e da sociedade.