O governo apresentou nesta quinta-feira (28) os detalhes do pacote de ajuste fiscal e isenção do Imposto de Renda (IR) para salários até R$ 5 mil. O anúncio foi feito pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil), entre outros, no Palácio do Planalto.
O pacote, que visa gerar uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, faz parte do compromisso do governo com a sustentabilidade fiscal. As medidas incluem a limitação do aumento do salário mínimo, ajustes no abono salarial e mudanças nas aposentadorias militares. Também está prevista a redução de “supersalários” e o aperfeiçoamento do controle de fraudes, especialmente no BPC (benefício de prestação continuada).
Entre as medidas anunciadas, destaca-se a isenção do IR para contribuintes com rendimentos de até R$ 5 mil, uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, as propostas ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional, e Haddad demonstrou confiança em sua aprovação até o final deste ano.
O pacote foi recebido com críticas do mercado financeiro, que questionou a eficácia das medidas de corte de gastos e a ausência de reformas estruturais. O dólar disparou para R$ 5,91 após o anúncio, reflexo do temor de que a economia não se concretize como prometido. Analistas destacaram que, embora as medidas possam reduzir o crescimento das despesas, elas não seriam suficientes para adaptar o Brasil ao novo arcabouço fiscal proposto.
O governo espera que o pacote contribua para o controle das contas públicas e o fortalecimento da economia, mas a aprovação no Congresso será crucial para seu sucesso.