Plano de saúde está cancelando contratos coletivos por adesão de crianças autistas e com doenças raras
Milhares de famílias enfrentam uma nova onda de incertezas com o cancelamento de contratos coletivos por adesão pela operadora de planos de saúde Amil. Entre os afetados estão crianças e jovens com TEA (transtorno do espectro autista), doenças raras e paralisia cerebral. O motivo alegado pela Qualicorp, que administra a maioria desses contratos, são os prejuízos acumulados à operadora, resultando em altos índices de reajustes insuficientes para cobrir as despesas.
Os cancelamentos, previstos para o dia 31 de maio, têm gerado mobilizações e uma corrida aos escritórios de advocacia em busca de medidas judiciais para impedir as rescisões. Mães de crianças autistas têm liderado campanhas nas redes sociais e registrado queixas na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e em órgãos de defesa do consumidor.
A Amil confirmou os cancelamentos, alegando desequilíbrio extremo entre receita e despesa nos contratos com administradoras de benefícios. Enquanto isso, algumas famílias conseguiram liminares para impedir o cancelamento, como no caso de João Miguel, que tem AME (atrofia muscular espinhal).
No entanto, muitas mães enfrentam dificuldades financeiras para custear advogados e manter os tratamentos de seus filhos. Escritórios de advocacia já ingressaram com dezenas de ações judiciais em nome das crianças afetadas.
O problema não é exclusivo da Amil. Outras operadoras, como a Unimed Nacional, também enfrentaram situações semelhantes, afetando famílias com crianças autistas. A suspensão de coberturas tem impactado negativamente a rotina das pessoas autistas e de suas famílias, especialmente pela dificuldade em encontrar profissionais especializados dentro dos planos de saúde credenciados.
Diante dessa situação, a luta das famílias pela manutenção dos tratamentos necessários de seus filhos se intensifica, enquanto esperam por decisões judiciais que possam garantir o acesso contínuo aos cuidados de saúde indispensáveis.