Desde 2017, aproximadamente 1.800 brasileiros receberam assistência financeira de Portugal para retornarem ao seu país de origem. O programa de retorno voluntário Árvore, coordenado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), da ONU, proporcionou auxílio para custear passagens, oferecer ajuda de custo na viagem e, em alguns casos, apoiar na reinserção profissional no Brasil.
Um exemplo marcante é o de Marta Alves dos Santos Costa, de 53 anos, que junto com sua família, após seis anos em Portugal, enfrentou dificuldades e recebeu acolhimento do programa para retornar ao Brasil. Marta conseguiu iniciar um negócio próprio e reconstruir sua vida após o apoio recebido.
Embora 4.345 brasileiros tenham se candidatado ao programa, apenas 41% deles conseguiram assistência, devido aos critérios rigorosos de seleção. No total, desde 2017, 5.045 estrangeiros solicitaram auxílio, sendo que 2.016 receberam apoio, dos quais 1.799 eram brasileiros, representando 89% dos repatriados.
2018 foi o ano com o maior número de brasileiros retornando ao Brasil com auxílio do programa, com 353 casos registrados. Durante a pandemia de Covid-19, em 2020, 333 brasileiros também optaram por regressar.
A crise habitacional em Portugal, com aluguéis elevados, contribuiu para um aumento nos pedidos de repatriação nos últimos 24 meses. No entanto, apesar desse aumento, o número de brasileiros que retornaram com apoio da ONU foi menor do que em 2018.
Os principais motivos para o retorno incluem desemprego, dificuldades de acesso ao mercado de trabalho e problemas na regularização da situação. Além disso, a desinformação sobre Portugal e um planejamento migratório inadequado também influenciam na decisão de voltar ao Brasil.