Preço do Ovo de Páscoa subiu 10,33% em 2024
Neste ano, os consumidores brasileiros enfrentam um dilema peculiar: a Páscoa está mais doce, porém mais cara do que nunca. Segundo um levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os tradicionais ovos de Páscoa sofreram um aumento de 10,33% em seus preços em comparação ao ano anterior. Contudo, o encarecimento não se restringe apenas aos ovos, pois os bombons lideram o ranking com uma alta de 11,14%.
O cenário não é aliviado nem mesmo pelos itens tradicionais como o bacalhau, que registrou uma queda significativa de 2,97% nos preços. Essa baixa inesperada pode ser atribuída a uma mudança no comportamento do consumidor, que, impactado pelo aumento generalizado nos preços dos alimentos, está buscando opções mais acessíveis.
O que dizem os pesquisadores?
Guilherme Moreira, coordenador do índice IPC-Fipe, observa que a sazonalidade do bacalhau, um peixe considerado “nobre”, normalmente resulta em um aumento de preços durante o período da Páscoa. Entretanto, a substituição por opções mais econômicas pode estar contribuindo para conter esses aumentos.
Outro fator que tem influenciado diretamente no encarecimento dos produtos de Páscoa é a alta dos preços do cacau. Desde outubro de 2023, os preços do cacau têm subido continuamente, alcançando patamares alarmantes.
O fenômeno climático “La Niña” e “El Niño” afetou o ciclo de chuvas em países produtores como Costa do Marfim e Gana, reduzindo a produtividade dos cacaueiros e elevando os custos de produção.
Empresas adotam novas estratégias
Essa escalada nos preços do cacau reflete diretamente nos chocolates brasileiros, tornando os ovos de Páscoa até 18% mais caros para os fornecedores.
Diante desse cenário desafiador, empresas do ramo alimentício, como Ferrero, Mondelez e Dengo, estão sendo obrigadas a adotar estratégias criativas para mitigar os impactos do aumento de custos e garantir que o feriado da Páscoa não passe em branco para os consumidores.