A corrida pelas prefeituras já começou, e os olhos se voltam não apenas para o poder político, mas também para os vultosos salários que os prefeitos podem receber. Segundo levantamento realizado pelo Estadão em todas as 26 capitais brasileiras, os salários dos prefeitos variam de R$17,6 mil a impressionantes R$35,8 mil.
No topo da lista está o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), que recebe uma remuneração mensal de R$35.823,60. Surpreendentemente, esse valor supera até mesmo o salário do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que administra a maior cidade da América Latina.
A média salarial dos prefeitos das capitais do Brasil é de R$26,6 mil, o que representa mais de 20 vezes o valor do salário mínimo vigente. Além disso, oito dos 26 prefeitos recebem subsídios superiores a R$30 mil, sendo que os maiores salários estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste do país.
A Constituição estipula que a remuneração dos prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais deve ser fixada pelas câmaras municipais, não podendo ultrapassar o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Qualquer aumento aprovado por uma legislatura só terá efeito no próximo mandato.
Em algumas cidades, como em Campo Grande, os reajustes salariais propostos foram alvo de polêmica. A Justiça suspendeu um aumento de 66% no salário da prefeita Adriane Lopes (PP), que passaria de R$21 mil para R$35 mil. Decidiu-se que reajustes só podem vigorar no mandato seguinte, evitando benefícios imediatos para os políticos.
Apesar da relativamente alta remuneração dos prefeitos, a professora de economia Juliana Inhasz ressalta a importância de que esses cargos sejam ocupados por indivíduos competentes e preparados, capazes de gerir com eficiência os interesses da população.