Prejuízo recorde é registrado nos Correios: Taxa das blusinhas pode ter impactado negativamente
Os Correios registraram, de janeiro a setembro de 2024, o maior prejuízo de sua história: R$ 2 bilhões, superando o rombo de R$ 2,1 bilhões de 2015. Para 2024, a previsão de receitas caiu de R$ 22,7 bilhões para R$ 20,1 bilhões, ainda resultando em um prejuízo de R$ 1,7 bilhão.
O impacto da nova “taxa das blusinhas”, estabelecida pela Lei 14.902/2024, é um dos principais responsáveis pela queda. Desde agosto, produtos internacionais abaixo de US$ 50 passaram a ser taxados em 20% de Imposto de Importação, o que afetou diretamente o faturamento da estatal. Entre julho e setembro de 2024, os Correios perderam R$ 200 milhões em relação ao ano anterior, com um declínio de R$ 785 milhões no faturamento internacional.
Em resposta à crise, os Correios adotaram um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões e implementaram medidas de contingenciamento, como a suspensão de contratações terceirizadas por 120 dias, o corte de 10% nos contratos e a revisão de prorrogações.
A gestão atribui o rombo à “herança contábil” da administração anterior e à redução nas importações, que comprometeram as receitas. Apesar do cenário negativo, a estatal abriu concurso para 3.511 vagas e não cancelou provas ou demitiu funcionários.
Além disso, os Correios assumiram uma dívida de R$ 7,6 bilhões para cobrir o déficit no plano de aposentadoria dos seus empregados. O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga as manobras contábeis relacionadas ao prejuízo.
A situação financeira da empresa segue preocupante, com o risco de insolvência e a necessidade de resgates financeiros.