Produção de energia solar deve disparar com o uso de espelhos orbitais
Uma startup norte-americana, a Reflect Orbital, está preparando o lançamento de uma constelação de espelhos orbitais, destinados a captar mais luz do sol para usinas de energia solar, com o objetivo de ampliar a produção de eletricidade mesmo após o anoitecer. O anúncio veio do CEO e fundador da empresa, Ben Nowack, durante apresentação na Conferência Internacional sobre Energia do Espaço, em Londres, na Inglaterra.
O plano da Reflect Orbital envolve o envio de 57 pequenos satélites para a órbita terrestre. Estes satélites, posicionados em uma órbita polar síncrona ao Sol, estarão a uma altitude de 600 km, seguindo uma trajetória que permitirá que cada ponto da Terra seja sobrevoado no mesmo horário do dia, garantindo duas passagens a cada 24 horas.
Essa disposição permitirá que os satélites forneçam 30 minutos adicionais de luz solar para as usinas terrestres, justamente no momento em que a demanda energética é mais alta.
Como funcionará?
Os satélites, cada um pesando apenas 16 kg, serão equipados com espelhos de mylar de 9,9 por 9,9 metros de tamanho, capazes de se implantar em órbita.
Esses espelhos serão projetados para concentrar a luz solar em feixes estreitos que podem ser direcionados e focados conforme a demanda dos operadores das fazendas solares.
Iniciativa recheada de polêmicas
Apesar das promessas de avanço na produção de energia limpa, a iniciativa não está livre de polêmicas. Andrew Williams, do Observatório Europeu do Sul (ESO), alertou durante a conferência de Londres que os refletores, se não forem projetados com cuidado, podem contribuir para a poluição luminosa no céu, dificultando a observação astronômica.
No entanto, a Reflect Orbital afirma que seus espelhos são projetados para minimizar esse impacto, com testes preliminares realizados no verão passado demonstrando resultados promissores.
Durante os testes, um espelho similar ao que será usado nos satélites foi flutuado a três quilômetros de altitude acima de uma fazenda solar, gerando uma quantidade significativa de energia, sem causar poluição luminosa excessiva.
A iniciativa deve acontecer ainda em 2025 se os planos da Reflect Orbital se manterem alinhados com seus coordenadores para esse projeto ambicioso.