Qual é a renda da classe baixa?
Segundo os dados, os brasileiros mais pobres representa atualmente mais da metade da população. Em meio a crise econômica e social o país atravessou nos últimos anos, a retomada da economia, segundo os dados, aponta que tende a favorecer inicialmente as classes sociais mais altas.
Segundo o estudo da Tendências Consultoria, a projeção aponta que 50,7% dos domicílios do país terminarão o ano nas classes D e E (cuja renda mensal domiciliar é de até R$ 2,9 mil), uma leve melhora em relação aos 51,3% de 2021, e apenas 2,8% serão da classe A (acima de R$ 22 mil).
Estratificação dos domicílios em 2022:
- Classe A: 2,8% (renda mensal domiciliar superior a R$ 22 mil)
- Classe B: 13,2% (renda mensal domiciliar entre R$ 7,1 mil e R$ 22 mil)
- Classe C: 33,3% (renda mensal domiciliar entre R$ 2,9 mil e R$ 7,1 mil)
- Classes D/E: 50,7% (renda mensal domiciliar até R$ 2,9 mil)
O levantamento realizado aponta que o número de domicílios das classes sociais menos favorecidas não devem diminuir no curto e médio prazo. Isso significa que os mais pobres só deixarão de representar mais da metade dos domicílios brasileiros em 2024 (49,5%) e só voltarão ao nível de 2014 (47%).
Benefícios sociais
Segundo o estudo, a ampliação do Auxílio Brasil e programas sociais não serão o suficiente para solucionar a disparidade de renda. Nesse caso, como reflexo da desigualdade social expressiva, o mercado de trabalho deve seguir se deteriorando.
Um das grandes preocupações é que as classes sociais mais vulneráveis precisam das políticas sociais do Governo Federal (principalmente do Auxílio Brasil), do BPC (Benefício de Prestação Continuada), da Previdência Social e de outras fontes de renda (como o Auxílio Emergencial, pago em 2020 e 2021).
Lembrando que apenas 47,1% da renda dos mais pobres vêm do trabalho (contra 90,8% da classe C e 86,1% da classe B). O restante da fonte vem diretamente de programas previdenciários e de programas sociais. Ao contrário, a renda da classe média alta vem o trabalho e 74,2% são provenientes de outras, como juros de aplicações financeiras, aluguéis e lucros de empresas.
Um dos grandes problemas que interfere na projeção social dessas pessoas é a educação não revertida em produtividade. O mercado de trabalho brasileiro é caracterizado por baixa remuneração, altas taxas de informalidade e marcante heterogeneidade entre os setores de produtividade.