Qual foi o valor mais alto do Dólar em relação ao Real? Está perto do recorde
No dia em que o Plano Real foi criado, em 1994, R$1 valia exatamente US$1. A paridade durou três anos, sustentada por um câmbio fixo, um dos pilares macroeconômicos para controlar a hiperinflação. Esse período de estabilidade permitiu que, por um breve momento, a moeda brasileira superasse a americana. Contudo, essa situação mudou drasticamente nas décadas seguintes.
Em 1999, durante o segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, o governo abandonou a política de câmbio fixo. A mudança para o câmbio flutuante evitou o descontrole da dívida externa, mas abriu as portas para a volatilidade. Desde então, o dólar passou a flutuar conforme crises econômicas, eleições, reformas fiscais e tensões geopolíticas.
A maior cotação real, ajustada pela inflação, foi registrada em setembro de 2002, pouco antes da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Naquela época, a moeda americana atingiu o pico de R$8,14, segundo cálculos do economista Alex Agostini, da Austin Rating. Em contrapartida, a menor cotação real ocorreu em julho de 2011, quando o dólar chegou a R$2,33.
Sem considerar a inflação, o valor mais alto do dólar foi registrado durante a pandemia de COVID-19, em 14 de maio de 2020, no governo de Jair Bolsonaro. Naquela data, o dólar alcançou R$5,97. Já o menor valor nominal foi em 2008, no governo de Lula, quando o dólar atingiu R$1,55, impulsionado pela valorização das commodities.
Atualmente, o dólar está em torno de R$5,50, chegando a R$5,66 recentemente. Apesar de elevado, ainda está longe do recorde inflacionado de 2002. A taxa real de câmbio demonstra a capacidade financeira da população em moeda nacional e em dólar ao longo do tempo. Conforme explica Agostini, não há um teto ou um piso definitivo para a moeda.