Na esteira da derrota para o Juventude, a demissão do técnico Álvaro Pacheco tornou-se inevitável. Ontem, após reunião com a diretoria, o treinador português foi oficialmente dispensado. Além dele, o diretor executivo Pedro Martins também pediu demissão e deixará o cargo nos próximos dias. Esta quinta-feira tumultuada evidencia os desafios que o presidente Pedrinho enfrenta para reestruturar a SAF cruzmaltina.
Desde que assumiu o comando do futebol, após o “afastamento” da 777 Partners, Pedrinho viu a saída de figuras-chave como o CEO Lucio Barbosa e a CFO Katia dos Santos.
A decisão de demitir Álvaro foi do presidente e seus conselheiros, mas Pedro Martins discordou da mudança, já que o treinador havia sido contratado sob sua supervisão. Martins participará da transição para um novo executivo.
Crise no Vasco
Pedro Martins e Álvaro Pacheco foram as últimas contratações da 777 Partners antes da mudança no comando da SAF. Anunciado em 1º de maio, o diretor executivo trouxe Álvaro em 21 de maio, logo antes do afastamento da empresa americana em 16 de junho.
A SAF vascaína agora precisa ser reestruturada, com Felipe assumindo como novo diretor técnico. Durante a aprovação da reforma de São Januário, Pedrinho destacou os esforços para estabilizar a situação financeira do clube.
“Estamos estruturando uma operação financeira para honrar todos os compromissos e dar estabilidade. Identificado o problema, estamos honrando com os salários em dia, pagamos luvas atrasadas e vamos continuar até o final do ano. O que estou levando para o clube é estabilidade financeira e de gestão”, afirmou Pedrinho.
O presidente também lidera as negociações para o retorno de Philippe Coutinho, um movimento que deve seguir independentemente das mudanças administrativas.
777 larga o Vasco
Em 2022, a 777 Partners comprometeu-se a investir R$ 700 milhões por 70% das ações da SAF do Vasco. Até agora, foram investidos R$ 310 milhões, correspondendo a 31% das ações.
No entanto, uma decisão judicial suspendeu o contrato, devolvendo o controle majoritário da SAF ao Vasco associativo, que agora detém 69% das ações, enquanto a 777 Partners fica com 31%.
A empresa americana classificou a decisão judicial como uma “aberração jurídica” e está confiante na reversão da liminar. Enquanto isso, o Vasco associativo busca reestruturação e estabilidade em meio à crise.