R$ 45,5 milhões foram realizados de descontos indevidos pelo INSS, apontou auditoria
Uma auditoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revelou que R$ 45,5 milhões foram descontados de forma indevida em benefícios, como aposentadorias e pensões, entre janeiro de 2023 e maio de 2024. O relatório, elaborado pela Auditoria-Geral, apontou que mais da metade dos descontos, 54%, ocorreram sem autorização dos beneficiários, caracterizando fraudes.
A auditoria foi solicitada pelo presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, em resposta a milhares de denúncias de descontos não autorizados. Durante o período investigado, mais de 1,1 milhão de beneficiários pediram a exclusão desses descontos. Os valores estavam relacionados a entidades conveniadas ao INSS, que oferecem serviços como seguros aos aposentados.
Beneficiários afirmam que não solicitaram a associação a essas entidades e, mesmo assim, viram seus salários reduzidos. A situação gerou um crescimento exponencial no número de associados, levando a um aumento significativo nos repasses financeiros, que em alguns casos chegaram a dobrar.
Com a divulgação do relatório, a média dos descontos foi calculada em R$ 43,12, sendo que muitos ocorreram apenas por um mês antes da solicitação de exclusão. Além disso, o Diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, foi exonerado em julho, após o início das investigações internas.
O Ministério Público de São Paulo também está investigando o caso, em parceria com a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Para proteger os beneficiários, o INSS implementou uma nova Instrução Normativa e aguarda as conclusões das investigações para tomar as medidas necessárias contra as entidades envolvidas.