Renda Fixa: Quais os riscos e como analisar?
Com a volatilidade no cenário macroeconômico brasileiro e as preocupações com a política fiscal, as taxas dos títulos do Tesouro Direito têm atraído a atenção dos investidores. Na última quarta-feira (24), os papéis do Tesouro Prefixado ofereciam rentabilidades de até 12,26%, enquanto títulos atrelados à inflação tinham rendimentos acima de 6,4%.
Diante desse cenário, os investidores se deparam com a necessidade de avaliar se é vantajoso investir em papéis de risco mais alto na renda fixa, que oferecem taxas de 16% ao ano, 140% do CDI ou IPCA+9%.
A primeira etapa para tomar essa decisão é entender o perfil do investidor, como ressalta Claudia Santaela, assessora de investimentos da W1 Capital. Ela enfatiza a importância de alinhar as opções de investimento com a tolerância ao risco, objetivos financeiros e horizonte de investimento do cliente.
Análise dos investimentos feitos
Além do perfil do investidor, a análise do emissor do título é crucial. Alexandre Cabral, professor de finanças, alerta para a necessidade de verificar a saúde financeira da instituição emissora e de não exceder o limite do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobre até R$ 250 mil por instituição. Para títulos emitidos por empresas, como debêntures, é essencial avaliar o propósito da emissão e a situação da companhia.
Outro fator importante é a liquidez. Muitos títulos privados com altos rendimentos não oferecem liquidez diária, obrigando o investidor a vendê-los no mercado secundário, que pode ser desfavorável. Portanto, Santaela sugere escolher títulos com prazos que correspondam aos objetivos financeiros, para evitar perdas com resgates antecipados.
Por fim, a diversificação da carteira é fundamental. Santaela recomenda investir em títulos com diferentes indexadores para mitigar riscos e se beneficiar das variadas condições de mercado.