Revelado quantos bilhões será necessário para a conclusão da construção da Usina Nuclear Angra 3
Cerca de R$25 bilhões serão necessários para concluir a construção da usina nuclear Angra 3, um projeto que remonta à década de 1980 e que enfrentou diversas paralisações e reinícios ao longo dos anos.
O financiamento dessa etapa final poderá ser obtido por meio de um “pool” de agentes financeiros, incluindo bancos públicos nacionais e uma agência de fomento internacional, além de debêntures incentivadas.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal, atuais credores do projeto, deverão estar entre as fontes de financiamento.
Novas alternativas estão sendo consideradas, incluindo debêntures incentivadas, e parte dos recursos pode ser obtida com risco do Tesouro Nacional através da ENBPar, estatal que controla as usinas nucleares e Itaipu.
O restante poderá vir da Eletrobras, que, apesar de ter deixado o controle das usinas nucleares na privatização, ainda negocia sua saída desses ativos.
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) está previsto para discutir a retomada das obras em setembro. Estudos de modelagem para a finalização do projeto, conduzidos pelo BNDES, devem ser entregues em breve.
O custo total da conclusão foi ajustado devido ao aumento dos preços de itens dolarizados e cotados em euro, além da alta do preço do urânio. O presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, também destacou esforços para reduzir a tarifa que será cobrada dos consumidores, atualmente estimada entre R$650 e R$660 por megawatt-hora (MWh).
Equipamentos e combustíveis destinados a Angra 3, mas usados por Angra 2, serão abatidos, reduzindo em cerca de R$1,4 bilhão o custo total. Projetos com incentivos tributários podem ainda contribuir para a diminuição da tarifa.