Ricos estão tremendo de medo e decidem apostar todas as fichas NESSE investimento
Em resposta aos rendimentos atraentes oferecidos pelas dívidas governamentais emitidas no último ano e preocupações crescentes com conflitos geopolíticos e mudanças climáticas, algumas das famílias mais ricas do mundo têm ajustado suas estratégias de investimento. Aumentando a exposição em renda fixa para o nível mais alto dos últimos cinco anos, essas famílias buscam maior segurança e estabilidade em seus portfólios.
Conforme revelado pelo Global Family Office Report 2024, elaborado pelo banco de investimentos UBS, a movimentação de 320 family offices – empresas privadas que administram os recursos de famílias abastadas – destaca essa tendência.
Entenda como funciona
Com um patrimônio líquido médio de US$ 2,6 bilhões, esses escritórios totalizam US$ 600 bilhões em ativos. No ano passado, as famílias destinaram, em média, 16% de seus capitais para títulos de renda fixa de mercados desenvolvidos, um aumento significativo em relação aos 12% observados em 2022. A alocação em bonds de países em desenvolvimento, por outro lado, foi de apenas 3%.
“Ao aumentarem as participações em renda fixa dos mercados desenvolvidos, elas reintroduziram um maior equilíbrio entre bonds e ações”, afirmou George Athanasopoulos, co-chefe de Mercados Globais do UBS.
Apostas e mudanças nas tendências
Entre as regiões, as famílias ricas da América Latina lideram as apostas em renda fixa, com 34% de participação nessa modalidade de investimento.
Na sequência, aparecem os endinheirados do Norte da Ásia (27%) e da Ásia-Pacífico (25%). Em contraste, apenas 7% das famílias ricas dos Estados Unidos apostaram significativamente nesse tipo de investimento.
Paralelamente, o mercado imobiliário perdeu apelo entre os mais ricos. Globalmente, os investimentos no setor caíram para 10% em 2023, comparado a 13% em 2022.
O futuro nos investimentos
Mesmo com a redução do apetite por risco, as famílias continuam apostando fortemente no mercado acionário, que representa 28% do portfólio, a maior fatia entre todas as categorias de investimento. Além disso, essas famílias valorizam a diversificação e se mantêm atentas às tendências emergentes.
Quase 80% dos family offices planejam alocar capital no setor de inteligência artificial (IA) generativa até 2027, impulsionados pelo desempenho impressionante da Nvidia na semana passada.
Outros setores em foco incluem tecnologia em saúde, automação e robótica, serviços médicos, segurança e proteção, tecnologia verde, mobilidade inteligente e terapias genéticas, entre outros.