Condenado por assédio eleitoral, Luciano Hang (dono da Havan) deve pagar R$ 85 milhões
O empresário Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan, foi condenado pela Justiça do Trabalho de Santa Catarina por assédio eleitoral durante a campanha presidencial de 2018. Na ocasião, Hang declarou apoio a Jair Bolsonaro (PL), desencadeando uma série de eventos que culminaram na sentença assinada pelo juiz Carlos Alberto Pereira de Castro, da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis.
A decisão, datada de 22 de janeiro deste ano, impõe ao empresário o pagamento de uma indenização por danos morais coletivos e individuais, totalizando R$ 85 milhões. Esse montante provisório engloba uma indenização por dano moral coletivo de R$ 1 milhão e uma indenização por dano moral individual de R$ 1.000 para cada empregado da Havan com vínculo até 1º de outubro de 2018.
As acusações, apresentadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), alegam que Hang realizou reuniões com os funcionários para questionar seus votos, sugerindo demissões com base nos resultados eleitorais. O MPT recebeu mais de 30 denúncias e formou um grupo especial para analisar o caso na época.
Hang, conhecido por seu apoio político, nega as acusações e classifica a decisão como “descabida e ideológica”. O empresário anunciou que recorrerá da sentença, defendendo que agiu para garantir a liberdade dos colaboradores. Ele destaca a diversidade política entre os funcionários da Havan e reafirma sua confiança na Justiça Brasileira.
A indenização por danos morais coletivos, estipulada em R$ 1 milhão, será destinada ao Fundo Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Santa Catarina. O desfecho desse caso ressalta a complexidade das relações entre empresários e seus funcionários, especialmente em contextos eleitorais, e abre espaço para reflexões sobre a ética no ambiente de trabalho.