No índice de percepção da corrupção o Brasil está em 104º: Perdeu 10 posições
O Brasil registrou uma queda significativa no Índice de Percepção da Corrupção, divulgado nesta terça-feira (30) pela Transparência Internacional. O país perdeu dois pontos em relação ao ano anterior, resultando em uma classificação na 104ª posição entre 180 nações avaliadas. A pontuação de 36 pontos coloca o Brasil ao lado da Argélia, da Sérvia e da Ucrânia.
O levantamento revelou que o Brasil ficou abaixo da média global, que é de 43 pontos, da média regional das Américas (43 pontos) e da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que atingiram 66 pontos.
Além disso, o resultado brasileiro também ficou aquém da média de um recorte de países classificados como “democracias falhas,” que obteve 48 pontos.
Governo brasileiro
A Transparência Internacional apontou que os anos de Jair Bolsonaro na Presidência impactaram negativamente os marcos legais e institucionais anticorrupção, construídos ao longo de décadas.
O primeiro ano do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva também foi destacado como desafiador para a reconstrução desses fundamentos.
O controle jurídico foi apontado como um pilar em situação crítica, com a independência do sistema de Justiça sendo negligenciada.
A organização criticou a nomeação do advogado pessoal do presidente, Cristiano Zanin, para a primeira vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que isso contrariou a restauração da imparcialidade do tribunal.
A escolha do novo procurador-geral da República, ignorando a lista tríplice votada pela categoria, também foi citada como um rompimento com a tradição que permitia mais transparência e impessoalidade na escolha da PGR.
A Transparência Internacional comparou essa decisão à abordagem política adotada por Bolsonaro, cujos efeitos desastrosos ainda ecoam no país.
Nota da CGU
A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou uma nota à imprensa em resposta ao relatório, ressaltando que o governo Lula está buscando restabelecer a estrutura dos conselhos de políticas públicas como medida essencial para a prevenção e controle da corrupção.
A CGU destacou também as limitações metodológicas dos índices baseados em percepção, defendendo que os resultados devem ser interpretados com cautela.
A corrupção, segundo a CGU, é um fenômeno complexo, e nenhum indicador pode capturar todos os seus aspectos.
A entidade enfatizou que trabalha diariamente para identificar e corrigir riscos de corrupção em políticas públicas e contratações, fortalecendo a integridade dos órgãos federais e colaborando na implementação de programas de integridade pública.
A nota também ressaltou a promoção de mecanismos de prevenção à corrupção por empresas e o aprimoramento de mecanismos de detecção e sanção de corrupção.